Por mais que a gente se esforce para não mentir, principalmente por algo maior, como quando a gente está apaixonado, acabamos mentindo. Tudo o que você menos quer é brigar ou parecer um louco desvairado por amor, o que você tem a certeza que a segunda opção é bem pior que a primeira.
- Não, não estou tentando descobrir a senha do seu celular, só estou olhando o modelo porque quero um igual.
Mentira, meu bem. Estou eternamente apaixonado por você e quero saber o que você esconde por trás dessa senha que NÃO É a data do nosso namoro. A risada de nervoso poderia muito bem entregar essa mentira descabida e ridícula, mas tenta ao máximo olhar nos olhos e passar confiança e veracidade. "Tudo bem!", outra mentira. Todos nós sabemos que vocês não caem nessa e nenhuma desculpa.
Nunca vamos querer admitir nossa loucura de paixão. Vocês esperam o quê? Que a gente diga: "Sabe toda vez que tento conversar com você e aí não tenho assunto? É porque a minha vontade é de falar que quero casar e ter filhos. Tá, sei que só nos vimos pela webcam... mas a sua foto fazendo bico fez com que eu me apaixonasse!"? Não, claro que não. Isso é absolutamente inviável.
Aí você casa. Outras mentiras.
- Você comeu o bolo todo sozinho?!
Bom, aí você tem duas alternativas, aliás, duas mentiras: a primeira é você dizer que não, você dividiu com as crianças e pensou que ela já tinha comido e não se importou de pegar o último pedaço; a segunda é uma meia verdade, sei lá, qualquer coisa que sua consciência não pese tanto, ou seja, você comeu tudo mas parcelado em dias, e não de uma vez só. O que é mentira e Deus está vendo essa gula. Isso quando você vê uma terceira opção, misturando as duas primeiras. E adivinha qual você escolhe? A mais improvável.
"Não, amor, eu dividi com nossos filhos e fui comendo o resto aos poucos... pensei que já tinha comido!". Ah, aquele olhar metralhador que ela lança e você sabe que a mentira não colou. Porque você comeu tudo, as crianças reclamaram que não encontraram o bolo e sua esposa só sentiu o cheiro daquela delícia enquanto fazia.
Fazer o quê? Não queremos brigar, sabe como é, certo? Brigas só levam à uma conclusão: estamos errados, sempre estamos. Então, será que podemos aceitar a culpa antes da briga começar? Mentimos por evitar qualquer coisa que tire a paz, e vocês aceitam porque também têm o mesmo objetivo.
Nos momentos modernos onde existe Netflix e o amor da sua vida quer assistir uma coisa que não lhe apetece nem um pouco. Como um amor que você é, você deixa ela escolher o filme, e você mirando aquele lançamento que estava esperando há tempos, até que o amor da usa vida escolhe algo que vocês já assistiram. Momento de respirar fundo. Não-vou-brigar pensa pausadamente.
- Claro, adoro esse filme!
Mentira, você não aguenta mais. Já gravou as falas, os movimentos e todos os personagens. Acontece, né? A raiva passa quando a gente recebe aquele sorriso que derrete qualquer coisa, inclusive nosso coração louco para assistir aquele filme, mas que passou longe aos olhos de quem a gente ama.
No final das contas, o grande problema sempre será aquela mentira maldosa, com o intuito de machucar e enganar. Mentiras cotidianas que, no fim, todo mundo sabe que é mentira mas continua acreditando por se tratar de algo ingênuo e inocente, sem más intenções.
E só estou vendo seu Facebook porque seu feed é bem mais divertido que o meu, eu juro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário