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Evolução

Ao longo da vida, passamos por mudanças. Não somos mais o que éramos há um ano atrás, não mantemos as mesmas opiniões.
Os anos se passam e sofremos uma metamorfose. Aos poucos, nos tornamos sábios dentro do nosso convívio.
Nós nascemos e evoluímos, da mesma forma que um livro é feito.
Somos páginas em branco que vamos preenchendo a cada segundo, minuto, horas e dias. Anos e décadas.
Primeiro aprendemos que temos voz: começamos a gritar para nossos pais saberem a hora de nos alimentar, trocar, dar banho.
Então aprendemos que precisamos, de alguma forma, alcançar nossos objetivos. Para isso, começamos a engatinhar. E aí quando vemos que temos pressa, aprendemos a andar. Depois, a correr.

Vamos para a escola, aprendemos o abecedário e anos mais tarde estamos fazendo equações.
Aprendemos a sentir. Nós amamos, detestamos, desgostamos. Nos damos ao direito de ficarmos confusos mesmo que o mundo precise de certezas. Na nossa adolescência temos um surto de hormônios que nos fazem enxergar tudo de maneira pior do que é, e é aí que aprendemos a controlar o que sentimos e que usar nossa voz não funciona mais. A partir daí, nós aprendemos que profissões e o mercado de trabalho nos espera, isso é tão assustador!
Começamos a trabalhar e vemos que precisamos a andar sozinhos. Quando cairmos, nossos pais não estarão ali para nos ajudar a levantar. É, isso é mais assustador ainda. Mas calma, aprendemos a fazer isso com uma certa maestria depois de algumas “mancadas” que damos.
Na segunda década de nossas vidas, entramos na faculdade e nos deparamos com termos que nunca havíamos visto antes. Muitos de nós erramos em nossas escolhas e temos de reformular nossos planos, tentar uma outra profissão, sentimos que o tempo está sendo maldoso com a gente e nos desesperamos. Já diziam nossos pais, quando estávamos aprendendo a andar e nos apressávamos:

– Calma, você tem todo o tempo do mundo…
Muitos de nós erramos mais algumas vezes, mas aos poucos chegamos à nossa perfeição. É nessa fase que aprendemos que a perfeição é diferente para cada pessoa.
Começamos a encarar relacionamentos de forma mais séria, percebemos o quanto é difícil encontrar tempo para outra pessoa. Muitos de nós erraremos em nossos namoros. Tudo bem, não precisamos ter pressa. Sem dúvida alguma, passamos por decepções. Aí podemos relembrar que em algum livrinho que lemos, na primeira série, dizia algo bonito:
– No final de uma tempestade, sempre há o arco íris.
Aprendemos, então, que após todas as tempestades que houverem em nossas vidas, haverão arco íris recompensando.
E assim, a última coisa que aprendemos é escutar. Quando éramos bebês, achávamos que nossa voz era tudo. E agora, adultos, vemos que escutar é o que mais vale, principalmente quando passamos a dividir a vida com uma ou mais pessoas.
Daqui dez anos, seremos completamente diferentes do que hoje somos. Maduros, com opiniões diferentes. De bebês que só sabiam gritar e chorar para alcançar tudo, passamos para jovens, de meros jovens com hormônios a flor da pele, passamos a ser médicos, engenheiros, doutores, professores, escritores, psicólogos, verdadeiros amigos. Muitos de nós optamos por um caminho mais alternativo, e isso não há problema algum. O que importa é alcançarmos nossa perfeição.
Nós estamos em completa evolução, e isso se estende para além da vida. Demoramos a entender que não há nada a temer, o desconhecido é uma mera oportunidade para aproveitamos. Quando entendemos isso, fazemos da nossa vida um eterno pique-esconde.
Nesta breve evolução, só não podemos perder o nosso espírito de criança. Porque é ele que nos deixa curiosos e prontos para aprender, seja lá o que for, de tombos com a bicicleta que acabamos de tirar os rodinhas a erros nas escolhas.
Viver, sem dúvida, é estar em evolução constante.

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