Atravessava a rua como quem não quer nada, e de fato não quer. Como qualquer ser humano em seu dia a dia, toma-se a postura rotineira e automática. Nada se vê, nada se sente, apenas anda pelas ruas como se não houvesse nada de novo - e não há -.
Não existem sequer resquícios de amor pelas ruas. Amargas e infelizes, as pessoas andam apressadas para casa, para o trabalho, para algum compromisso tosco que, para começo de conversa, nem queriam ir. Perde-se o objetivo de, de fato, existir. Apenas passam-se horas, dias, meses e anos sem um ser humano entender o que está acontecendo. Sempre aquela sensação de o que andei fazendo esse ano todo? Onde estive? Com quem estive? Não há resposta concreta, aliás, há sim… mas tal resposta é tal ruim que não vale a pena proferi-la em voz alta.
Mas, nas noites frias (mesmo nas noites de verão, a solidão alcança-nos fria e sem escrúpulos) é possível relembrar a resposta.
Passei o tempo todo sozinho.
Não existem sequer resquícios de amor pelas ruas. Amargas e infelizes, as pessoas andam apressadas para casa, para o trabalho, para algum compromisso tosco que, para começo de conversa, nem queriam ir. Perde-se o objetivo de, de fato, existir. Apenas passam-se horas, dias, meses e anos sem um ser humano entender o que está acontecendo. Sempre aquela sensação de o que andei fazendo esse ano todo? Onde estive? Com quem estive? Não há resposta concreta, aliás, há sim… mas tal resposta é tal ruim que não vale a pena proferi-la em voz alta.
Mas, nas noites frias (mesmo nas noites de verão, a solidão alcança-nos fria e sem escrúpulos) é possível relembrar a resposta.
Passei o tempo todo sozinho.